Hello minna!!!
Feliz Natal a
todos!!!! Como foi o vosso Natal?
A minha ceia foi
passada sozinha, mas o meu pai chegou mais tarde e comemos o bolo de Natal
juntos. A única prenda fisica que recebi de Natal foi um chocolate que uma
colega de trabalho me deu por ter trabalhado ontem de manhã, dia 24, a partir
das 6 horas. Mas recebi muitas mensagens de Natal de vários amigos e de familiares
que é a melhor coisa que podia receber. Também pude fazer uma mini chamada com
a Koharu enquanto ela embrulhava as últimas prendas e hoje de manhã, recebi um
video da minha irmã de 4 anos a brincar com a prenda que recebeu. Ela estava
muito feliz e isso é que importa. Enviei há uma ou duas semanas, cartõezinhos
de Natal para Portugal, mas como a minha mãe ainda não me disse nada, penso que
ainda não chegou. Fiquei com pena de não ter chegado a tempo de Natal, mas o
erro foi meu: deveria ter organizado melhor o meu tempo e enviado mais cedo. Enfim...
Hoje, trago-vos
uma música que estive a traduzir até há pouco. Conheci-a há pouco mais de um
ano quando estava a navegar pela net e ela marcou-me imenso. A letra da música
e o instrumental dela foi feito pela próxima cantora. Ela tem vindo a ser bastante
falada sobre as suas letras, tem feito bastante sucesso aqui no Japão. Não sei
se vocês já a conheciam, mas primeiro vou deixar aqui a letra. O assunto é meio
forte, então caso prefiram não ler, tem todo o direito.
Aqui vamos nós:
Há dois dias, começou a dar a noticia de uma rapariga
Que se suicidou a saltar de um prédio aqui perto
O uniforme cheio de sangue, um pecado inocente
Rapidamente se torna a presa da internet
“Afastem-se porque é perigoso”
Se soubessem que essa fala é o sinal para se reunirem
A cor indescritivelmente vermelha daquele sangue que
corre no asfalto frio
Estupidamente fotografada por aqueles que andavam como
loucos
Essa cor tão linda, tão linda
Eu acabei por chorar
Eu acabei por chorar
Do lado de fora do televisor onde não se sabe de nada
Viveu, viveu, viveu, viveu, viveu
Viveu, viveu, ela esteve viva
O último Adeus
Ela não deve ter gritado para ninguem se não para ela
mesma
As últimas lágrimas que escorreram
O sangue vermelho que é a prova de que viveu
São limpas num espaço de 2 segundos por adultos que não sabem
de nada
A
fita amarela do “Do not enter”
“É a primeira vez que vejo sem ser nas novelas!”「
Enquanto palavras como essas voam
O que será que ela está a pensar neste momento
Distante, distante
Deu-me vontade de chorar
Deu-me
vontade de chorar
O dia que deveria ser longo já está a escurecer
Viveu, viveu, viveu, viveu, viveu
Viveu, viveu, ela esteve viva
Será que dá vontade de desaparecer
Quando algo de novo está para começar?
“Vive ao máximo a vida que tens agora”
Isso
são apenas palavras bonitas
Ela
espremeu toda a sua coragem e voou
Tornando-se
num pássaro, agarrando as nuvens
Tornando-se
no vento, para muito longe
Ela
voou abraçando a esperança
Viveu, viveu, viveu, viveu, viveu
Viveu, viveu, ela esteve viva
Será que dá vontade de desaparecer
Quando algo de novo está para começar?
Viveu, viveu, viveu, viveu, viveu
Viveu, viveu, ela esteve viva
O último Adeus
Ela não deve ter gritado para ninguem se não para ela
mesma
Adeus, adeus
~~~~~~~~~~~~~~
Como deu para perceber,
a letra fala sobre suicidio. Agora
ouçam a musica a ver o MV e a ler a letra. O MV é este: clica aqui
A cantora,
Aimyon, disse numa entrevista que a letra nasceu realmente de uma noticia de uma rapariga que se suicidou a saltar e que
não lhe saiu da cabeça. Assim podemos ver na letra também. “Há dois dias, começou
a dar a noticia de uma rapariga que se suicidou a saltar”. Há dois dias atrás,
ela viu a noticia e desde aí pensa nela. A rapariga que saltou estava na casa
dos 10, pois estava de uniforme. Mas porque será que ela decidiu saltar o
uniforme? “Afastem-se porque é perigoso” As pessoas são sempre sugadas para o
que na verdade não podem. Antigamente, no Japão, o sangue era visto como algo
sujo, mas Aimyon descreve esse sangue com uma cor “tão linda”. Porque será? (Logo
saberão)Vocês sentem o mesmo que eu? Aimyon que estava a ver a noticia pela
televisão, não sabe como a rapariga era ou porque ela se suicidou. Apenas diz: “Eu
acabei por chorar do lado de fora do televisor onde não se sabe de nada”. E
então começa a pensar na rapariga: Ela “viveu, viveu, viveu, viveu, viveu”.
Viveu suportando muitas coisas. “viveu, viveu” e até aquele momento de saltar “ela
esteve viva”. Se a rapariga tivesse alguém com quem contar, talvez, ela não
tivesse feito esta escolha. Mas no fim “O último Adeus, ela não deve ter
gritado para ninguem se não para ela mesma”.
A razão pela qual Aimyon diz que a cor do sangue da
rapariga era “tão linda” é o facto de considerar que o sangue foi “As últimas
lágrimas que escorreram” e a “prova de que viveu”. No
entanto, elas são “limpas num espaço de 2 segundos por adultos que não sabem de
nada” como se fosse algo sujo. Outras pessoas olham para a cena do incidente e
comentam “É a primeira vez que vejo sem ser nas novelas!” como se tudo fosse ficção.
Tratada como algo sujo, feita como uma cena de novela,
Aimyon pensa: “O que será que ela está a pensar neste momento”. A cantora quer
nos fazer pensar no que a rapariga pensaria caso estivesse ali a ver tudo
aquilo. O que vocês acham?
Aimyon esteve o dia todo a pensar na rapariga que “O dia
que deveria ser longo já está a escurecer”. E continuando a pensar, ela se
questiona: “Será que dá vontade de desaparecer quando algo de novo está para
começar?”
Nós não sabemos a causa do suicidio da rapariga, mas
todos nós temos momentos que nos apetece “desaparecer”. Por exemplo, quando
algo de novo está para começar. Pode haver pessoas que achem que é algo insignificativo,
mas para algumas pessoas “algo novo” traz-lhes ansiedade por um lado positivo,
onde esperam com o coração aos pulos que isso comece, e para outras pessoas “algo
novo” traz muitas inseguranças e stress.
Se alguém tivesse reparado nessa vontade da rapariga de “desaparecer”e
ela ficasse com a vontade de viver o amanhã, provavelmente ela ainda “estaria
viva”
““Vive ao máximo a vida que tens agora” isso são apenas palavras bonitas. Ela
espremeu toda a sua coragem e voou tornando-se num pássaro, agarrando as nuvens,
tornando-se no vento, para muito longe, ela voou abraçando a esperança”. Aqui até parece que Aimyon incentiva ao suicidio,
mas acho que a cantora quis dizer que a rapariga encontrou a “esperança” em outro
algo que não fosse viver. Aimyon não julgou a rapariga e aceitou a escolha
dela, pois assim como é preciso de coragem para viver, é preciso ter coragem
para morrer.
Resumindo, o titulo da musica que é “Ikite itandayona” que se
traduz Esteve/estaria viva, tem duplo significado: um é a rapariga que saltou esteve
viva no mundo até aquele momento, a andar por baixo do mesmo céu e a caminhar
em cima do mesmo solo que todos, o outro é a possibilidade de que se algo
tivesse sido diferente, ela estaria viva mesmo agora.
A partir de um certo momento, o
facto de termos todas estas pessoas ao nosso redor torna-se algo normal, algo
certo. Mas só quando alguèm desaparece, é que percebemos que ela esteve a viver
ali perto de nós. Nunca sabemos o que poderá acontecer ou quem vai desaparecer,
mas não vos faz pensar em fazer alguém ser importante para ti ou pensar no que alguem
está a sentir? Mesmo que não possamos impedir catastrofes naturais ou afastar
doenças, haverá certamente vidas que mudam apenas por dizermos meras palavras.
Estas até poderão ser somente mais algumas
das “palavras
bonitas”, mas não custa meter conversa com alguem. Vamos pensar nisso ♥
Mata
neeeee~~~~